sábado, 8 de outubro de 2011

Capitalismo Monopolista e Serviço Social.

Este texto parte de uma análise particular do capitulo I do livro Capitalismo Monopolista e Serviço Social de José Paulo Netto.  

Há uma relação na qual o Serviço Social está intrisecamente  vinculado c principal com a “questão social”, que fio demarcado pelas ações assistencialistas e filantrópicas alicerçadas na doutrina social da Igreja Católica considerada como suas protoformas, enfocando, sobretudo, questões de natureza moral e orientação conservadora baseada no Neotomismo. A priori, os Assistentes Sociais trabalhavam  principalmente nas instituições da Igreja Católica, fortemente ligado ás origens da profissão. Portanto, o Serviço social tem sua gênese do antagonismo entre os interesses da classe trabalhadora assalariada e da burguesia.
A Profissão é uma resposta ao acirramento das contradições capitalistas em sua fase monopolista, para o “controle” da classe trabalhadora e a legitimação dos setores dominantes e do Estado, sendo estes profissionais, absorvidos pelas instituições do Estado que se organizavam para enfrentar a “questão social”. Passando o Estado a ser então o seu grande empregador. Com as mobilizações e reivindicações da classe trabalhadora nas primeiras duas décadas do século passado, abre-se o debate sobre a “questão social” em toda sociedade o que obriga o Estado, a Igreja e a burguesia através de um pacto político a se posicionarem diante dela.
“Segundo Netto, o surgimento do Serviço Social como profissão, está vinculado à emergência da “questão social” , esta é conceituada por Netto como o conjunto de problemas políticos, sociais e econômicos que reclamados pela classe operária no curso da consolidação do capitalismo; portanto a “questão social” está atrelada aos conflitos da relação capital/trabalho”.( Netto, 1992)
O Estado assume no capitalismo monopolista , no que toca às políticas sociais, o papel de “conciliador/mediador” entre os interesses dos burgueses e proletários, tornando necessária a intervenção prática do Estado desempenhando este na transição do capitalismo concorrencial para o capitalismo monopolista, o papel de mediador entre os interesses (antagônicos) de ambas as classes sob a égide burguesa.
A política social no capitalismo concretiza-se nas lutas de classe, decorrentes da mobilização da classe operária trabalhadora. Ainda no que tange ás políticas sociais, percebo que o avanço destas políticas está relacionado também ao avanço das forças produtivas capitalistas, pois o modo de produção capitalista evolui na sua capacidade de exploração do trabalho. Pois só podem ser compreendidas dentro das relações sociais(coletivas), pois representam a contradição entre o capital e trabalho numa sociedade capitalista, ou seja, contradições inerentes ao capitalismo.
É no capitalismo do século XIX nesse período histórico em que o capitalismo concorrencial dá espaço ao capitalismo dos monopólios conhecido como estágio imperialista, a partir dos estudos leniniano.
No Capitalismo monopolista aqui se maximiza o sistema de contradições da ordem burguesa nos traços de exploração, alienação e transitoriedade histórica, fazendo crescer os preços das mercadorias e serviços, elevando as taxas de lucros nos setores monopolizados, gerando um consumo abaixo da média e redução na taxa de lucro de investimentos gerados pela concorrência , economia de trabalho pela inovação tecnológica e por fim, o aumento da taxa de concorrência de trabalhadores de reserva. A super capitalização, o capital acumulado cresce dificultando sua valorização; o parasitismo instaurado na vida social em razão do monopólio se inserem nesse cenário.
O Estado burguês no capitalismo monopolista converte questão social em problemas sociais, nas quais as estratégias de classe do Estado monopolista burguês, envolve de forma diferente as perspectivas públicas e privadas em termos de questões sociais.

“A profissão o Serviço Social não pode ser entendido apenas como nova forma de exercer a caridade, mas, sobretudo, como forma de intervir ideologicamente na vida dos trabalhadores, ainda que sua base seja a atividade assistencial; porém seus efeitos são essencialmente políticos: através do” enquadramento dos trabalhadores nas relações sociais vigentes, reforçando a mutua colaboração entre capital e trabalho” (IAMAMOTO, 2004).

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